Não é fácil abordar este tema da forma resumida como costumo fazer aqui no blogue, mas vou tentar.
A paralisia cerebral é uma alteração neurológica que obedece a dois pressupostos:
- a lesão cerebral que lhe dá origem não progride com o tempo, ou seja, é estática
- tem que haver, obrigatoriamente, um atingimento motor (movimentos e/ou postura), embora possam também surgir manifestações de outros tipos
Trata-se de uma situação que tem uma conotação muito “pesada” para os pais, pelo que se torna imprescindível esclarecer alguns aspectos.
Um conceito fundamental a reter é que a paralisia cerebral não tem, obrigatoriamente, que ser muito grave. Há muitos casos em que as manifestações são ligeiras e é possível uma vida perfeitamente autónoma e sem grandes restrições. No entanto, há também casos em que o quadro é mais complexo, o que limita as aquisições das crianças em termos de desenvolvimento.
O tratamento passa pela intervenção multidisciplinar, com múltiplas terapias (ajustadas a cada caso) e, independentemente do “rótulo” ou do diagnóstico de certeza da causa da paralisia cerebral, o mais importante é sempre tentar iniciar a intervenção e estimulação o mais precocemente possível.
Por fim, gostaria apenas de realçar que mesmo os meninos com atraso de desenvolvimento têm metas a atingir e têm as suas conquistas diárias, tal como todas as crianças.
O ritmo pode não ser o mesmo e as metas também não, mas devemos sempre zelar para que todas as crianças continuem a progredir no seu desenvolvimento, da melhor forma possível.