Todas as pessoas têm um órgão chamado pâncreas que, entre muitas outras funções, segrega uma hormona chamada insulina. Esta tem como função baixar o nível de açúcar no sangue, pelo que é produzida quando ele se eleva (depois de uma refeição, por exemplo). Sempre que este mecanismo está comprometido, os níveis de açúcar no sangue deixam de estar controlados e a essa situação chama-se diabetes. Existem dois tipos desta doença:
1 – diabetes tipo 1 – o pâncreas não produz uma quantidade suficiente de insulina
2 – diabetes tipo 2 – o organismo não consegue utilizar a insulina que produz
A diabetes tipo 1 é, de longe, a mais frequente em pediatria. Trata-se de uma doença auto-imune, ou seja, em que o organismo reconhece como estranhas algumas das suas células e «luta» contra elas, acabando por destruí-las. Neste caso, as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina são eliminadas, o que faz com que não consiga produzir essa hormona e ase cumule açúcar no sangue. Os sintomas clássicos são o emagrecimento, a sede e urinar muito (várias vezes e muita quantidade), mas muitas vezes a doença só se descobre ao estudar um coma que surgiu sem se saber muito bem o motivo. A diabetes tipo 2 está a tornar-se mais comum em crianças e jovens, uma vez que está associada, geralmente, à obesidade. Nesta situação o pâncreas produz insulina, mas o organismo torna-se incapaz de a utilizar corretamente.
O diagnóstico destas situações assenta essencialmente na medição do açúcar no sangue. Isso pode ser realizado através de uma pequena picada no dedo, mas a análise mais fiável é sempre quando o sangue é colhido de forma tradicional, através de uma veia.
A diabetes tipo 1 trata-se através da administração de insulina, seja sob a forma injectável na altura das refeições, seja através de uma bomba de insulina, que permite a administração mais estável ao longo do dia, sem a criança/jovem se ter que “picar” todas as vezes. Já em relação à diabetes tipo 2, o tratamento passa pela perda de peso e medicamentos que tentam fazer com que o organismo consiga utilizar mais adequadamente a insulina. Em ambos os tipos, o tratamento farmacológico deve sempre ser complementado com dois outros muito importantes, a alimentação e o exercício físico. Sem eles não é possível estabilizar os níveis de açúcar, o que vai levar a problemas em diferentes partes do organismo: cérebro, olhos, coração e rins, entre outros.