O coronavírus é um vírus respiratório, cujos sintomas mais frequentes são a febre, a tosse e a dificuldade em respirar. No entanto, podem ainda surgir sintomas menos típicos, como dor de cabeça, dor de garganta ou diarreia, por exemplo. (Para saber mais sobre este assunto, clique aqui).
Os grupos de risco são as pessoas de idade avançada e as que são portadoras de doenças crónicas, mas as crianças também podem ser afectadas. Felizmente, de um modo geral, apresentam sintomas mais ligeiros e a probabilidade de desenvolver doença grave é muito baixa. (Para saber mais sobre este assunto, clique aqui).
No entanto, podem transmitir igualmente o vírus, o que as torna um elemento muito importante na cadeia de transmissão e que deve ser encarado de forma séria. Como é simples de perceber, se os sintomas forem ligeiros e inespecíficos (semelhantes a muitos outros que já apresentaram anteriormente, com as “famosas” viroses), é fácil desvalorizar a situação, o que favorece o contágio de todos os conviventes. Por esse motivo, importa esclarecer o que a Direcção-Geral de Saúde considera um caso suspeito e que, segundo as normas actuais, são todas as pessoas que apresentem, pelo menos, um dos seguintes sintomas: febre ou tosse ou dificuldade em respirar. Qualquer pessoa que apresente uma destas queixas tem indicação para fazer o teste de despiste para COVID-19, pelo que deve sempre contactar a linha SNS24 (808 24 24 24) e seguir escrupulosamente as indicações que lhe forem fornecidas. Nesta altura a chamada pode não ser muito fácil de realizar e o tempo de espera um pouco longo, mas é preciso paciência porque é mesmo esse o procedimento a adoptar. Salvo em situações graves, não deve ir a nenhum estabelecimento de saúde (Centro de Saúde ou Hospital) se o seu filho apresentar estas queixas, sem contactar previamente a linha SNS24.
Há vários locais onde são feitos os testes e será nessa linha que lhe vão indicar qual o local mais adequado para se deslocar. Depois da colheita, a maioria das crianças pode ir para o domicílio e fica a aguardar o resultado em casa, mantendo vigilância domiciliária por uma equipa de saúde e cumprindo todas as medidas de isolamento social.
O teste veio positivo – o que faço?
O primeiro conselho é não entrar em pânico. Tal como referi anteriormente, esta infecção em crianças é quase sempre ligeira e não necessita de nenhum tipo de tratamento. No fundo, por mais estranho que lhe possa parecer, trata-se “apenas” de uma virose respiratória, sendo que os cuidados são semelhantes a todas as outras infecções do género: fazer uma boa higiene nasal, hidratar e, eventualmente, dar paracetamol se a criança tiver febre e estiver desconfortável por esse motivo. Deve manter uma vigilância cuidada do seu estado geral do seu filho, da sua capacidade em se alimentar e, acima de tudo, se surgem sinais de dificuldade respiratória. Se se aperceber de algum destes sinais de alarme, faz sentido ligar novamente para a linha SNS24, porque pode justificar-se uma reavaliação. Do ponto de vista de tratamento, não será necessário mais nenhum cuidado em particular.
No entanto, convém reforçar a ideia de que, mesmo causando uma doença ligeira e semelhante a outras do ponto de vista de sintomas, este vírus é altamente contagioso e ode rapidamente passar das crianças para os adultos, alguns dos quais pertencerão seguramente a grupos de risco. Por esse motivo, é imprescindível manter de forma imaculada o isolamento social, particularmente em relação aos adultos susceptíveis. Para além disso, é fundamental também reforçar todas as medidas de prevenção que têm sido amplamente difundidas, particularmente a lavagem adequada das mãos, seja pelo possível contacto com as partículas respiratórias ou também com as fezes das crianças pequenas, que podem também ser um factor de disseminação do vírus. Estas são, sem dúvida, as medidas mais importantes e aquelas que verdadeiramente salvam vidas.
Protejam-se a vocês e a todos nós, porque quanto melhor o fizerem, mais depressa a vida vai voltar ao normal!