Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que esta duração de três dias é um pouco falível, uma vez que a duração mais adequada é, em média, de 3 a 5 dias.
Depois, importa também explicar a diferença enorme que existe entre vírus e bactérias. Os vírus são microrganismos muito rudimentares, que não têm capacidade de replicação autónoma, ou seja, precisam sempre de utilizar as células do hospedeiro para poder originar novos vírus. No entanto, durante esse processo, essas mesmas células são destruídas para libertar os vírus formados, o que faz com que, aos pouco, a infeção fique condicionada por si só: sem novas células os vírus não podem replicar-se e a infeção acaba por passar. É por esse motivo que se diz que as infeções víricas (viroses) são auto-limitadas, porque na verdade é isso mesmo que acontece na maior parte das situações.
Se, a este facto, adicionarmos a capacidade de defesa do organismo, percebemos que a duração média da maior parte das infeções víricas é, tal como descrito acima, 3-5 dias. E é por esse motivo que, na ausência de sinais de alarme, deve ser esse o tempo a aguardar na maior parte das situações sendo que, de um modo geral, mais de 80% das infeções em Pediatria são provocadas por vírus.