A medicação para a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é um tema que gera sempre alguma controvérsia e isso deve-se, entre outros motivos, a algum desconhecimento sobre a sua natureza e o seu efeito.
A PHDA é um distúrbio com bases neurobiológicas, que se pode manifestar de 3 formas distintas:
- apresentação predominantemente desatenta
- apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva
- apresentação mista
Na maior parte das vezes, o tratamento passa por 3 pilares: intervenção escolar, comportamental e farmacológica e, em relação a este último, é importante esclarecer do que se trata. O tratamento farmacológico de primeira linha passa pela administração de um psicoestimulante (metilfenidato lisdexanfetamina), cujas características principais são as seguintes:
- são estimulantes e não calmantes
- estimulam maioritariamente as zonas de atenção, o que ajuda a regular o comportamento
- a maior parte dos casos não apresenta efeitos laterais, sendo que o mais frequente é poder reduzir o apetite
- a inibição do comportamento não é muito habitual, mas pode surgir numa minoria de casos e, quando surge, deve levar ao ajuste de dose ou substituição da medicação