O que é a uma meningite?
A meningite é a inflamação das meninges, que são uma espécie de capa que protege o nosso Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinal). Geralmente é de causa infecciosa e o grande risco é o de poder atingir o cérebro.
Existem 2 grandes tipos de meningites: as víricas e as bacterianas. As últimas são as mais preocupantes, pois têm um risco mais elevado e um prognóstico muito mais reservado do que as primeiras.
A transmissão da maior parte das meningites faz-se por via oral, através de gotículas respiratórias e a forma mais eficaz de prevenção é mesmo através da vacinação (não disponível para todos os tipos de meningite). A evicção do contacto com crianças infectadas é também uma possibilidade, mas que na prática implica sempre que haja um diagnóstico de meningite, para se poder proceder ao correcto isolamento da criança.
Quais são os sintomas?
Os sintomas clássicos são a febre, vómitos, dor de cabeça e prostração. Pessoalmente acho que o mais importante é sempre atender ao estado geral da criança, que é o melhor indicador. Uma criança prostrada mesmo quando baixa a febre deve ser sempre avaliada por um médico.
Para nós, um dos achados mais importante na observação destes casos é ver se os meninos têm uma boa mobilidade do pescoço, ou seja, se conseguem dobrar o pescoço para tocar com o queixo no peito e se conseguem elevar bem as pernas quando estão deitados. Chama-se a estes “exercícios” sinais meníngeos.
Como se trata?
Relativamente às meningites víricas, o tratamento é apenas sintomático, ou seja, medicação para a febre e/ou dores. Na maior parte das vezes procede-se ao internamento destes casos, embora não seja absolutamente necessário.
Já em relação às meningites bacterianas, estas implicam sempre um tratamento antibiótico endovenoso (“na veia”) e, nos casos mais graves, podem ainda implicar outro tipo de tratamentos mais agressivos. Implicam sempre internamento.
Quais são os principais riscos?
Tratando-se de uma infecção que atinge o cérebro, as sequelas podem ser de todo o tipo. Na maior parte dos casos, se o tratamento for atempado, as meningites resolvem sem nenhum tipo de implicação futura para a criança. No entanto, há ainda casos que têm desfecho fatal (felizmente são muito menos frequentes do que há uns anos atrás) e outros que deixam os meninos com atrasos de desenvolvimento, défices intelectuais, cegueira ou surdez, entre outros.