Nesta altura do ano as infecções respiratórias nas crianças são muito frequentes e, com elas, vêm também a ansiedade e as preocupações dos pais. A maior parte delas são provocadas por vírus, o que significa que são auto-limitadas, (ou seja, acabam por resolver-se sozinhas, sem necessidade de nenhum tipo de tratamento).
No entanto, é importante sempre relembrar alguns conselhos para diminuir o risco de contágio e, assim, a probabilidade da sua ocorrência:
1 – Fazer uma boa higienização das mãos
Esta é a medida mais eficaz para diminuir a transmissão de todo o tipo de doenças infeciosas. É também a mais fácil, pelo que se torna fundamental reforçar a ideia de que os adultos e as crianças devem lavar (correctamente) as mãos com frequência. E lavar correctamente implica as palmas e dorso, os dedos e os espaços entre eles e as unhas. Não é necessário que demore muito tempo, mas é um procedimento que deve ser bem executado, para que funcione eficazmente. Não podemos nunca nos esquecer que os grandes modelos das crianças são os adultos, pelo que nos cabe a nós dar o exemplo de como e quando lavar as mãos.
2 – Espirrar e tossir para o cotovelo
Espirrar e tossir são dois mecanismos de defesa que servem essencialmente para “limpar” a via aérea. Desse modo, é fácil perceber que são benéficos e úteis na resposta às infecções respiratórias. No entanto, têm um outro lado, que tem a ver com a transmissão dos microrganismos. Sempre que alguém espirra ou tosse está a projectar partículas que podem conter esses microrganismos, espalhando-as pelo ar e pelas superfícies onde pousam.
Por esse motivo, é importante tentar “conter” essa projecção, tossindo e espirrando para o braço, de forma a que as partículas fiquem retidas nesse local. Muitas pessoas fazem-no para as mãos, mas esse procedimento não é o mais adequado, pois as partículas permanecem nas mãos e são posteriormente depositadas em todos os locais onde elas toquem (objectos, partes do corpo, roupas, …)
3 – Ventilar os espaços
No inverno, com a chegada do tempo mais frio, a tendência é para manter os espaços o mais fechados possível. E, se do ponto de vista de conservação de calor, essa é uma medida que até pode fazer sentido, do ponto de vista respiratório deve-se fazer exactamente o oposto. O ideal é que os espaços sejam ventilados, de forma a que haja uma renovação constante do ar. Isso vai permitir melhorar a qualidade do ar, bem como impedir uma concentração grande de microrganismos nesses espaços, diminuindo a probabilidade de contágio.
4 – Limpar as superfícies contaminadas
Tal como referido anteriormente, as partículas respiratórias que vão existindo no ar depositam-se nas superfícies com as quais contactam. Isso faz com que os microrganismos permaneçam nesses locais (alguns conseguem fazê-lo durante bastante tempo) até alguém colocar lá a mão ou outra parte do corpo, permitindo a sua transferência para outra pessoa. Desta forma, perpetua-se o ciclo e a transmissão desses microrganismos.
5 – Deixar as crianças brincar ao ar livre
Este é talvez o conselho mais polémico, por estarmos no inverno, mas o objectivo é mesmo esse. Brincar ao ar livre tem imensas vantagens do ponto de vista motor e de desenvolvimento e isso não é sequer questionável. Mas também do ponto de vista de prevenção das infecções respiratórias é uma óptima medida. No exterior o ar é muito mais saudável, menos saturado e com menos probabilidade de conter microrganismos, pelo que é muito menos provável ficar doente quando se está ao ar livre. A ideia de que o frio provoca constipações, gripes, pneumonias ou outro tipo de infecções não tem nenhum fundamento do ponto de vista científico, pelo que não há razão nenhuma para se ter medo dos espaços exteriores, mesmo no Inverno. O único conselho (e também o mais óbvio) é mesmo para ajustar a roupa utilizada à temperatura exterior, de forma a que a criança se sinta confortável. E, depois disso, é só usufruir!