A pneumonia é sempre um diagnóstico que assusta bastante os pais mas, na maior parte das vezes, evolui sem causar complicações.
Trata-se de uma infeção dos pulmões, que pode ser causada por vírus ou bactérias e que pode manifestar-se de diversas formas.
A febre é bastante frequente e geralmente é um pouco mais elevada nas pneumonias bacterianas. No entanto, mais importante do que a febre é o estado geral da criança, que tende a ser melhor nos quadros víricos. Quando a infeção é provocada por bactérias, as crianças estão mais prostradas, queixosas e/ou irritadas.
Outro dos sintomas frequentes é a tosse. Contudo, ao contrário do que a maioria das pessoas acha, ela pode não ser muito evidente nem intensa. Não há forma nenhuma de distinguir uma tosse vírica de uma bacteriana.
Algumas crianças queixam-se também de dor no peito ou nas costas. Este é já um sinal de alerta, porque pode indicar a presença de «líquido nos pulmões», por exemplo. Quando presente, coloca-nos sempre de sobreaviso para a presença de possíveis complicações.
Há ainda um conjunto de outras manifestações que podem surgir, todas elas pouco específicas, tais como a dor de cabeça e a dor de barriga, entre outros.
O diagnóstico assenta essencialmente na avaliação das queixas e na auscultação pulmonar das crianças, mas na maior parte das vezes acaba por ser realizada também uma radiografia pulmonar. Esta não é imprescindível, mas torna-se útil para avaliar a extensão da lesão e, acima de tudo, para tentar perceber se existe alguma complicação.
O tratamento das pneumonias bacterianas passa obrigatoriamente pelo uso de antibiótico, enquanto o das víricas assenta apenas em medicamentos para aliviar sintomas. No entanto, na prática nem sempre é fácil distinguir os dois tipos.
O prognóstico é muito bom e a grande maioria dos casos resolve completamente, sem problemas. A ideia de que as pneumonias deixam sequelas pulmonares e que as crianças ficam mais frágeis para o futuro é errada e convém ser desmistificada, porque na maior parte das vezes não é isso que acontece.
Por fim, gostaria apenas de deixar um esclarecimento sobre a repetição da radiografia para confirmar que a criança «está curada». Esta não é a prática recomendada, pois o mais importante é sempre a resposta ao tratamento, mas está indicada em 3 situações:
1) má resposta ao antibiótico;
2) pneumonias complicadas (com líquido, associadas a abcesso, …);
3) pneumonias com forma redonda.
De qualquer forma, convém esclarecer que nos dois últimos casos a radiografia só deve ser realizada cerca de 1 mês após o tratamento, pois as alterações só desaparecem ao fim desse tempo, mesmo quando a cura se faz antes.