Esta é uma situação extremamente comum nesta altura do ano e que preocupa muito os pais. Para além disso, este ano temos ainda dois factores que podem agravar um pouco a situação e que são o facto de muitas crianças terem estados confinadas e/ou com isolamento social até agora e ainda as novas regras das escolas, que impedem, na maioria dos casos, a entrada dos pais nos recintos.
Posto isto, faz sentido pensar neste assunto de forma a tentar perceber quais os aspectos que podem ser valorizáveis e motivo de preocupação. Aqui ficam alguns conselhos
- Avalie como é que o seu filho passa o dia
Este é o aspecto mais importante de todos! Na maior parte das vezes, as crianças choram ao ficar na escola, mas durante o dia estão tranquilas, bem adaptadas às actividades. Se for esse o caso, não se preocupe, porque será uma situação transitória.
- Não minta
Eu diria que este é um conselho para aplicar em todas as situações do dia-a-dia, mas neste caso em particular é ainda mais importante. As crianças precisam de se sentir seguras e, para isso, não devem ser enganadas. Frases do tipo: “vou só ao carro e venho já” ou “vou só à casa de banho e já te venho buscar” não devem ser utilizadas, porque criam expectativas erradas e podem dificultar a adaptação das crianças.
- Evite despedidas muito prolongadas
Nem sempre é fácil cumprir este conselho. No entanto, as despedidas muito prolongadas criam mais ansiedade, porque a criança fica sempre com a esperança de estar a conseguir convencer os pais a não ficar. Não acho que se deva fazer nada “à pressa”, mas prolongar muito a situação pode ainda dificultar mais todo o contexto.
- Explique com alguma antecedência, mas não excessiva
Tal como referido anteriormente, as crianças precisam de se sentir seguras e, por esse motivo, faz sentido explicar com alguma antecedência o que vai acontecer. E essa antecedência pode ser apenas o dia anterior, de forma a que ela perceba o que se vai passar, não havendo necessidade de estar a avisar vários dias antes. Na verdade, se for com uma antecedência muito grande, pode aumentar ansiedade da criança, o que pode ser contraproducente.
Por fim, gostaria apenas de reforçar a ideia de que estas situações são extremamente comuns e normais na maior parte das vezes. As crianças precisam de tempo para se adaptar e, só quando isso não acontece, é que precisam de algum tipo de acompanhamento ou avaliação. Na esmagadora maioria dos casos, basta o conforto e a segurança que os pais transmitem para elas conseguirem ultrapassar mais esta etapa. Faz parte do seu crescimento e desenvolvimento…