A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza e que surge tipicamente no inverno. Manifesta-se habitualmente por tosse, falta de ar e febre (pode ainda dar outros sintomas, tais como dores musculares ou dores de cabeça, por exemplo) e transmite-se através de gotículas respiratórias. É altamente contagiosa e atinge principalmente crianças e idosos, sendo que, em crianças, o risco de internamento é maior nos bebés com idade inferior a 6 meses e nas que pertencem aos grupos de risco, que são os seguintes:
- Doença respiratória crónica (incluindo asma)
- Doença cardíaca
- Doença renal
- Doença hepática (fígado)
- Doença neurológica
- Doença hematológica (sangue)
- Doença metabólica
- Obesidade
- Doentes imunodeprimidos
- Doentes que façam tratamento crónico com aspirina ou salicilato
As crianças com idades entre os 6 meses e os 5 anos apresentam também um risco mais elevado de complicações do que as mais velhas.
Para além disso, toda as crianças são mais transmissoras do vírus do que os adultos, o que as coloca numa posição importante na cadeia de transmissão e contágio da doença.
Vacinas
A vacinação das crianças tem duas consequências evidentes, que são a protecção directa contra a doença e também a diminuição da transmissão do vírus na comunidade. No entanto, dado o actual contexto de pandemia pelo SARS-COV2, tem ainda mais duas que devem ser consideradas:
- Redução do recurso aos serviços de saúde, pela diminuição do número de casos de gripe
- Redução da “confusão” que possa haver entre gripe e COVID-19, uma vez que os sintomas são sobreponíveis e, na esmagadora maioria dos casos, difíceis de distinguir sem a realização de testes de diagnóstico.
Perante todos estes factos e antevendo uma maior procura de vacinas este ano, é importante perceber que no nosso país temos um número limitado de vacinas, pelo que devemos usá-las racionalmente.
Por esse motivo, a Sociedade Portuguesa de Pediatria emitiu recentemente uma comunicação sobre esta vacina, recomendando-a a:
- Crianças e adolescentes pertencentes aos grupos de risco descritos acima
- Se não houver limitações na sua disponibilidade, pode também ser considerada a vacinação de crianças e adolescentes não incluídos nas recomendações anteriores, particularmente as que têm contacto próximo com pessoas pertencentes aos grupos de risco ou então as que têm uma idade compreendida entre os 3 e os 5 anos
- As crianças com menos de 3 anos não estão incluídas nestas recomendações, uma vez que a vacina existente em Portugal só se encontra aprovada para idades superiores aos 3 anos
- Se possível, a vacina deve ser administrada até final de outubro