Sei que este é um tema muito “quente” e que levanta ainda muitas dúvidas, incluindo a nós, profissionais de saúde. Por esse motivo, decidi escrever este post, para esclarecer, de forma imparcial, o que já se sabe sobre este tema. Não é nenhuma opinião pessoal nem sequer algum tipo de recomendação, tratando-se apenas de um texto informativo.
A partir de hoje, a vacina de mRNA da Pfizer está aprovada pela Agência Europeia do Medicamento para administração em crianças a partir dos 5 anos, tal como já tinha acontecido nos Estados Unidos pela FDA. Esta decisão teve por base, essencialmente, um estudo em que foram vacinadas 1517 crianças, não tendo sido registados efeitos secundários significativos. Para além disso, a resposta imunológica foi bastante boa, com uma eficácia de cerca de 90% contra a COVID-19.
Posto isto, importa também ver a opinião da Sociedade Portuguesa de Pediatria e a congénere espanhola, a Academia Espanhola de Pediatria. Aqui ficam as ideias principais das duas posições:
- Sociedade Portuguesa de Pediatria
Considera que, estando provada a eficácia da vacina, “poderá ser considerada a sua aplicação neste grupo etário, se isso permitir trazer normalidade à vida das crianças”. Acrescenta ainda que é necessário reforçar a necessidade de manter medidas de prevenção eficazes, nomeadamente de etiqueta respiratória, com higienização frequente das mãos e uso de máscara sempre que adequado.
- Academia Espanhola de Pediatria
A Comissão de vacinas da Academia Espanhola de Pediatria recomenda a vacinação de todas as crianças a partir dos 5 anos, com os seguintes argumentos:
- As crianças têm direito à sua proteção individual perante esta doença que, sendo ligeira na maior parte das vezes, pode complicar-se nalguns casos
- A vacinação deve permitir estabelecer e manter os espaços educativos mais seguros, que permitam a normalização da escolarização e as relações interpessoais entre crianças, com o consequente bem-estar psicoemocional
- É importante reforçar a imunidade de grupo
- É importante também diminuir a circulação do SARS-COV2 e o surgimento de novas variantes
- Não se deve provar a população infantil dos benefícios oferecidos pela vacina, tal como já usufruem os adolescentes com mais de 12 anos
Como conclusão, gostaria de reforçar a ideia de que este post pretende apenas informar sobre as posições oficiais já tomadas sobre este assunto. Seguramente os próximos dias tratarão (ainda) mais novidades…