O parto é um momento único para obter células estaminais de uma forma simples e totalmente
indolor.
Hoje em dia, as famílias podem guardar as células do cordão umbilical para eventuais
utilizações no próprio ou num familiar compatível, alternativamente podem doar para investigação,
de modo a contribuírem para o avanço da medicina, possibilitando o desenvolvimento de novos
tratamentos para doenças atualmente sem solução. A decisão de guardar ou doar as células cumpre
propósitos diferentes, mas complementares, sendo que o importante é não desperdiçar este bem
único.
Foi no ano de 1974 que um cientista dinamarquês demonstrou a existência de células estaminais
hematopoiéticas (semelhantes às encontradas na medula óssea) no sangue do cordão umbilical,
levantando a hipótese de que este poderia ser aproveitado para utilização clínica. Mais de uma
década depois, Matthew Farrow, um menino norte-americano que sofria de anemia de Fanconi –
uma doença genética grave – foi transplantado com as células estaminais do sangue do cordão
umbilical colhidas no parto da sua irmã mais nova. Este procedimento pioneiro, que constituiu o
primeiro transplante de sangue do cordão umbilical do mundo, permitiu a Matthew recuperar e
viver uma vida normal. Após esta primeira história de sucesso, o sangue do cordão umbilical foi
reconhecido como uma valiosa fonte de células para transplante, até então diariamente descartada
nos hospitais e maternidades de todo o mundo. Poucos anos depois, surgiriam os primeiros bancos
de sangue do cordão umbilical, com o objetivo de armazenar este bem precioso, que pode ser
colhido de forma totalmente segura logo após o nascimento.
Nos dias de hoje, o sangue do cordão umbilical é usado, à semelhança da medula óssea, para o
tratamento de mais de 80 doenças graves: doenças hemato-oncológicas, como leucemias e
linfomas, imunodeficiências, anemias, talassemias, doenças metabólicas, entre outras. Para além
disso, desde 2005 tem vindo a ser utilizado de forma inovadora em aplicações de medicina
regenerativa. Estima-se que mais de 800 doentes tenham já sido tratados com sangue do cordão
umbilical no âmbito de tratamentos experimentais para um vasto leque de doenças, nomeadamente
paralisia cerebral, autismo, e outras lesões neurológicas. Muitos destes tratamentos experimentais
têm utilizado preferencialmente células do próprio, de forma a evitar reações adversas decorrentes
do tratamento.
Também as células do tecido do cordão umbilical têm vindo a ser investigadas para uma série de
doenças, como diabetes, artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla, entre muitas outras. Estima-
se que estejam atualmente registados mais de 290 ensaios clínicos com estas células estaminais, e
os resultados divulgados até à data têm-se revelado promissores.
A tremenda evolução da aplicação das células do sangue e do tecido do cordão umbilical nos últimos
anos é testemunho do seu potencial para aplicação clínica. É importante que estas células não sejam
desperdiçadas, podendo ser colhidas logo após o nascimento, e guardadas para uma eventual
utilização futura. A Crioestaminal oferece aos pais a oportunidade de guardar as células estaminais
do sangue e do tecido do cordão umbilical dos seus filhos durante 25 anos, assegurando que estas se
encontram disponíveis para utilização pelo próprio ou por um familiar, a qualquer momento, em
caso de necessidade. Alternativamente, estas células poderão ser doadas à Crioestaminal, sem
qualquer custo, contribuindo desta forma para o avanço da medicina, através de projetos de
investigação e desenvolvimento.