O vírus do papiloma humano, também conhecido como HPV (Human Papilloma Virus) é o agente causador do cancro do colo do útero. Com base nesse pressuposto, a vacina contra este vírus foi introduzida no Programa Nacional de Vacinação de Portugal para todas as adolescentes (sexo feminino) em 2008. No entanto, na altura ficaram dois assuntos “pendentes”:
- A proteção contra o HPV não se resume ao cancro do colo do útero
As doenças causadas pelo HPV incluem também, para além do cancro do colo do útero, o cancro da cabeça e pescoço, do ânus, do pénis, da vagina e as verrugas genitais, entre outros.
- Os indivíduos do sexo masculino não estavam protegidos contra este vírus e são também afetados por grande parte destas doenças
À exceção das doenças típicas do sexo feminino (cancro do colo do útero, vagina e vulva), todas as outras afetam também os indivíduos do sexo masculino (algumas até com mais expressão do que no sexo feminino).
Para colmatar esta diferença de proteção, a vacina contra o HPV foi também introduzida no Programa Nacional de Vacinação de Portugal para os adolescentes do sexo masculino em Outubro de 2020. No entanto, esta cobertura abrange apenas os adolescentes nascidos a partir de 1 de janeiro de 2009, pelo que existe ainda um número significativo de jovens que não vão beneficiar desta vacinação universal.
Perante este cenário, a resposta à pergunta colocada é clara, na minha opinião: Todos os adolescentes devem ser vacinados! Isto significa que, para os não abrangidos pelo Programa Nacional de Vacinação (ou seja, todos os que nasceram antes de 1 de janeiro de 2009), essa vacina deve ser recomendada aos pais, numa perspetiva de aumentar a sua proteção individual e também a própria transmissão do vírus na comunidade.