Atualmente tem-se discutido muito o papel da lavagem nasal nas infeções respiratórias dos
bebés e crianças e a verdade é que ajuda imenso e pode diminuir o risco de surgirem
complicações.
Há várias formas de o fazer, com soro fisiológico (e seringa com adaptador) ou então com um
spray de água do mar e cada opção tem as suas vantagens e desvantagens. Em situação de
doença, essa deve ser uma prática corrente (e recorrente!).
No entanto, a dúvida prende-se com a necessidade ou não de lavar o nariz todos os dias,
mesmo quando as crianças não têm sintomas e, aqui, as opiniões não são tão consensuais. Na
prática, existem duas opções distintas, ou seja, há quem defenda que a lavagem nasal deve
fazer parte da higiene diária dos bebés e crianças e quem recomende que se faça apenas
quando estas têm secreções nasais e quadros respiratórios. Apesar de não haver certezas
absolutas quanto à frequencia ideal, confesso que defendo mais a segunda opção, ou seja,
deixar esse procedimento para quando a criança precisa mesmo. E passo a explicar porquê…
O nosso nariz produz muco diariamente, que serve quase como uma “cola” para ajudar a fixar
impurezas que existem no ar (microorganismos, poeiras, …). Normalmente, esse muco é
produzido em pequena quantidade e não causa nenhum desconforto, pelo que tem um efeito
protector e benéfico para o organismo e não me parece necessário removê-lo sem haver uma
verdadeira justificação para isso.
Quando as crianças estão doentes, podem aumentar a produção das secreções nasais e torná-
las mais espessas, o que condiciona obstrução do nariz e desconforto. E, nesses casos, já se
justifica reforçar a lavagem nasal, para ajudar a eliminar o muco excessivo e aumentar o bem-
estar da criança.
Posto isto, não digo que seja propriamente errado lavar o nariz diariamente, mas, na verdade,
não me parece muito justificável, porque não traz grandes benefícios e, na maior parte das
vezes, é até um motivo de “guerra” com os pais.