Todos os bebés nascem a gostar naturalmente do sabor doce e isso tem a ver com a nossa evolução enquanto espécie.
Há muitos milhões de anos, quando a escassez de alimentos era a regra, os nossos antepassados passavam fome e isso deixava-os claramente vulneráveis em termos de capacidade física e também em termos de poderem estar mais suscetíveis a doenças. Assim, os que tinham mais aptidão para o sabor doce acabavam por selecionar na natureza alimentos com essa característica, que eram naturalmente mais ricos em hidratos de carbono, ou seja, eram mais capazes de fornecer energia. Ao longo da evolução, isso acabou por ser vantajoso, pois conferia maior capacidade de resistência às adversidades e, dessa forma, os genes que determinam maior preferência pelo sabor doce foram sendo selecionados e passados de geração em geração.
Por esse motivo, atualmente a maioria dos bebés gosta naturalmente do doce, pelo que não existe pressa nenhuma na sua introdução. Para além dos malefícios associados ao consumo de açúcar, a verdade é que os alimentos doces deseducam o paladar, favorecendo escolhas menos saudáveis, ou seja, promovendo hábitos alimentares menos adequados.