Uma das escolhas mais difíceis de fazer é a de uma cadeira contra a marcha para um recém-nascido, atendendo a que na hora de experimentar a cadeira no automóvel faltaria a parte mais importante: o bebé!
Assim, as três (3) variáveis a que devem estar particularmente atentos são a proteção na zona da cabeça, a reclinação no automóvel e o tempo de utilização.
- Quanto à proteção na zona da cabeça, consegue-se com uma boa cadeira do grupo 0+ (vulgarmente denominado ovo), ou num grupo 0/1 com um bom sistema de redutores. Para saber se estamos perante um sistema que consiga isto, a “prova do punho” é a forma mais fácil de o testar. Diz-se que um punho fechado se assemelha à cabeça de um recém-nascido, logo, ao coloca-lo no sistema de retenção exatamente ao nível em que é suposto ficar a cabeça do bebé, se os redutores tocarem ambos os lados do punho é quase certo que o mesmo aconteça com a cabeça do bebé. Neste caso poderíamos considerar que neste ponto o SRI – sistema de retenção infantil – é um bom sistema, dado proteger bem a cabeça do recém-nascido.
- Já no que respeita à reclinação, esta deve ser a mínima indispensável para que o bebé não tombe a cabeça para a frente – dado que tal pode causar obstrução das suas vias aéreas, em particular no caso de o recém-nascido adormecer. Neste caso, se a forma de fixação do SRI no automóvel for realizada com recurso ao cinto do automóvel, a reclinação estará diretamente relacionada com a reclinação dos bancos do carro em questão. Nos casos em que o SRI esteja acoplado a uma base isofix – aproveitando para deixar a nota de que este sistema não se verifica mais seguro, mas tão somente mais prático, por um lado, bem como minimiza o risco de erro na instalação, por outro – a reclinação estará diretamente relacionada com a altura a que esteja colocado o sistema isofix no automóvel. Talvez este não seja um aspeto muito valorizado, mas de facto é importante que mesmo sem bebé possam dispor de tempo para, num ponto de venda especializado, buscar informação e formação quanto à escolha mais adequada para a família, para o bebé, para o automóvel e para o orçamento – pois é desta conjugação de parâmetros que sairá a escolha acertada, bem mais do que pela opção meramente visual de “adorei a cor”! A escolha guiada, sempre acompanhada pela formação no automóvel por quem tem experiência, garante que o investimento que realizem é adaptado à vossa família.
- O tempo de utilização de cada sistema estará indicado pelo próprio sistema. Um grupo 0+ terá um limite de utilização situado nos 13kg’s e um grupo 0/1 terá um limite de 18kg’s de peso, por exemplo. Na realidade, este limite de utilização é teórico na medida em que há duas variáveis a respeitar: o peso e a altura, aquilo que primeiro se esgote. Por exemplo, o normal é que um grupo 0+ se esgote por altura e nunca por peso – quando a cabeça atinge o limite da cadeira. Assim, a ponderação no momento da aquisição, entre um grupo 0+ e um bom grupo 0/1 – ainda que este não possa andar a ser colocado e retirado da viatura – é também algo a ter em conta.
Não há nenhuma idade a partir da qual seja seguro viajar a favor da marcha. Sabemos apenas que nunca antes dos 4 anos a criança tem maturidade osteoarticular para resistir sem lesão ao coice provocado por um sinistro, mesmo a baixa velocidade, se viajar no sentido da marcha. Por isso, seguro é viajar de costas, e até o mais tarde possível. Enquanto pais e cuidadores estar informado é a melhor forma de proteger os nossos rebentos.
Se necessitarem de ajuda em qualquer questão relacionada com a segurança rodoviária infantil, não hesitem, contem com o D’Barriga….consigo!