A cor amarela da pele dos recém-nascidos (icterícia) é muito frequente e, na maior parte das vezes, não tem grande significado.
Deve-se à acumulação de um pigmento (bilirrubina) produzido pelo bebé e que o organismo elimina através do fígado. Quando este é imaturo e ainda não funciona “a 100%”, o pigmento acumula-se na pele e na parte branca dos olhos, originando então a icterícia.
O grande risco é que a acumulação de bilirrubina se faça também no cérebro, levando a lesões neurológicas e é por esse motivo que é importante ter alguns aspectos em consideração. Sendo asism, existem alguns sinais de alarme que é importante conhecer:
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icterícia que surge nas primeiras 24 horas de vida
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cor “amarela” que aumenta em vez de diminuir (por vezes pode até ficar com uma tonalidade esverdeada)
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fezes sem cor ou de aspecto esbranquiçado (aspecto muito importante)
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urina muito escura, com aspecto tipo “coca-cola”
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bebé muito irritado ou demasiado prostrado
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bebé que não mama bem
Posto isto, é também fundamental ter a noção de que o aleitamento materno prolonga a icterícia, podendo durar algumas semanas. Nestes casos, geralmente não se nota grande melhoria de dia para dia, porque a evolução é bastante lenta, mas também não é suposto que haja agravamento (volto a relembrar que este é um sinal de alarme).
Existe a noção de que os bebés que estão “amarelinhos” devem apanhar um pouco de sol através da janela, para ajudar a recuperar. Esta recomendação não é baseada em nenhum tipo de evidência científica, até porque os estudos não demonstram grande vantagem, mas no meu entender não há grande inconveniente em fazê-lo, desde que não a exposição solar não seja feita de forma directa nem nas horas de maior radiação.
Outro conselho é o de reforçar a hidratação do bebé, pelo que é importante dar de mamar mais vezes, se possível, pois isso aumenta a produção de urina e consequente eliminação da bilirrubina pelos rins.