Não devem!
A resposta não podia ser mais simples e imediata, mas vou tentar explicar a seguir o meu ponto de vista.
O primeiro aspecto negativo de colocar uma televisão no quarto de uma criança é o de fomentar uma má rotina de sono, pois rapidamente ela se vai habituar a adormecer com esse tipo de companhia, o que está mais do que provado que interfere com a quantidade e qualidade do sono.
Para além disso, é também uma medida profundamente anti-social. A mensagem que se acaba por passar (mesmo que a intenção não seja essa) é a de que há sempre ali uma alternativa, caso as outras televisões de casa estejam a dar algo que “não interessa” à criança. Com isto consegue-se apenas fomentar o isolamento, que depois se vai, obrigatoriamente, agravar durante a adolescência.
Parece-me extremamente importante regressar um pouco atrás no tempo e voltar à altura em que ver televisão era uma actividade social, para se fazer em família. Claro que isto só se consegue se apenas houver uma televisão em cada casa e a pergunta é mesmo essa: para quê ter mais televisões? Se só houver uma, todos os dias tem que haver cedências, porque nem sempre se vai ver o que todas as pessoas gostariam, mas a partilha de espaços comuns é mesmo assim. Por outro lado, tenho a certeza de que desse modo os pais vão acabar por conhecer muito melhor os gostos dos filhos e, até, poder comentar com eles alguns dos programas que eles vão vendo na televisão.
Sei que muita gente vai discordar desta minha opinião, até por força das rotinas que já estão estabelecidas há muitos anos, mas há um ditado que diz que “para melhor se muda sempre” e reduzir o número de televisões por cada casa era, sem dúvida, uma óptima mudança.