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“Blhaaaac”… Não quero essa comida! Não gosto!

Ricardo Santos por Ricardo Santos
Outubro 30, 2020
em Artigos dos Especialistas, Terapia da Fala
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Home Artigos dos Especialistas Terapia da Fala
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Ib-u-ron

Ouvir esta expressão é algo comum na rotina de quase todos os pais… Mas e se isso for uma constante? E se isso transformar os momentos da refeição numa verdadeira tortura?

Será passageiro? Será que devo preocupar-me? Quais as consequências que poderá ter? O que posso fazer? Quem pode ajudar?

Insistir, persistir e não obrigar poderá ser a solução. Mas vamos conhecer melhor esta questão…

Convém reforçar que as dificuldades de alimentação podem ter diferentes causas como traumas (ex.: episódios de engasgamento), problemas gastrointestinais (ex.: refluxo gastroesofágico), alterações respiratórias, experiências emocionais negativas, entre outras.

Neste artigo quero abordar duas causas específicas, em que o terapeuta da fala poderá ajudar:

Dificuldades orais: quando se verificam dificuldades na sucção, mastigação ou em organizar o alimento dentro da cavidade oral. Estas alterações podem estar relacionadas com problemas estruturais, como o freio da língua alterado, alterações na oclusão dentária ou dificuldades na permeabilidade nasal e predomínio da ventilação oral, entre outras.

Dificuldades sensoriais: quando sentir o cheiro, sabor, temperatura, textura dos alimentos constituem um problema na de aceitação do alimento.

Nas crianças com estas alterações é frequente observarmos os seguintes comportamentos:

  • Medo de comer;
  • Dificuldades em manipular e conter o alimento dentro da boca;
  • Dificuldades em adequar a dimensão do alimento dentro da boca;
  • Restrição na variedade de alimentos ingeridos (recusa pela cor, textura, sabor, consistência) – Seletividade alimentar;
  • Dificuldades mais significativas nos alimentos sólidos.

Muitas vezes estas alterações são designadas por dificuldades na integração sensorial. Pode parecer um termo complexo, mas irei tentar enquadrar um pouco esta situação.

Vamos a um exemplo que nos faz entender um pouco melhor esta dificuldade…

Já pensaram que se vendássemos os olhos quando estamos a comer, conseguiríamos discriminar que alimento (estímulo) nos é oferecido, qual a sua consistência, o seu sabor, a sua textura, a sua temperatura e ajustar os movimentos para a sua manipulação dentro da boca, assim como ajustar a força necessária para uma adequada mastigação/preparação.

O que facilitaria essa tarefa? Certamente já conhecermos o alimento…

Este pequeno exemplo realça a importância das experiências sensoriais e motoras orais que a criança deve ter desde cedo, para que a integração desses mesmos estímulos resulte de experiências precoces e diversificadas.

Estas alterações de integração sensorial podem ser identificadas desde cedo, sobretudo com o início da introdução dos alimentos sólidos, onde poderão ser observados comportamentos como por exemplo, rejeitar os alimentos, chorar ou revelar maior agitação na altura das refeições, não abrir a boca, ou mesmo desencadear o reflexo de vómito.

Aqui poderão começar as “dores de cabeça” para os pais… Forçar nunca será a solução!

Este tipo de comportamento poderá levar a um aumento da recusa e associar a hora das refeições a um momento penoso, que não é de todo o pretendido.

A melhor forma será sempre despertar a curiosidade para os alimentos, descrevendo as suas caraterísticas sensoriais: cheiro, consistência, cor, aspeto, entre outras. Por exemplo, olha como este alimento se desfaz na boca? Já viste como fica pequenino? Que cor gira que tem este alimento, conheces algum assim? Isto é mesmo muito frio… Estas atividades podem começar desde logo com a preparação da refeição. A manipulação e exploração dos alimentos facilita a sua aceitação.

O que não ajuda a criança:

  • Distrair a criança, por exemplo, comer a ver desenhos animados;
  • Pressionar a criança para comer;
  • Usar expressões como: “é só uma colher” (quando não será); “se comeres a mãe e o pai vão ficar muito felizes” (não deverá ser este o foco da questão), “senão comeres não vais brincar”; “se não comeres vais ficar muito fraquinho e vais parar ao hospital” deverão ser evitadas, pois podem agravar o problema e transformar os momentos de refeição em verdadeiros duelos inglórios ou frustrantes, fomentando a tensão e aversão para os momentos de refeição, por parte da criança e também dos pais.

O que pode ajudar a criança:

  • Compreender que esta é mais uma etapa do seu desenvolvimento, primeiro terá de ver o alimento, interagir, cheirar, tocar, experimentar para só depois comer. É fundamental respeitar estas etapas, assim como dar bons modelos à criança. Desenvolver a curiosidade da criança sobre as caraterísticas dos alimentos: “já viste o barulho que isto faz ao mastigar?”, este tipo de atitudes vai despertar o interesse da criança a experimentar os alimentos.

Aprender a comer também é um processo, uma aprendizagem. Como em todas as aquisições é necessário paciência e alguma resiliência. A forma como as crianças vêm os alimentos é diferente dos adultos.

Se sentirem estas dificuldades no vosso filho não deixem de falar com o vosso Pediatra, que vos poderá recomendar uma avaliação em terapia da fala e/ou terapia ocupacional, de acordo com a situação.

Comer pode ser um grande desafio para as crianças, por isso não hesitem em procurar esclarecer as vossas dúvidas.

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Ricardo Santos

Ricardo Santos

Ricardo Santos é terapeuta da fala e docente na Escola Superior de Saúde do Porto. Desenvolve atividade clínica há mais de 15 anos. Atualmente trabalha no Hospital CUF (Porto) e Hospital Privado da Trofa. É ainda autor de dois livros para crianças (Gabriel o Galo Cantor e Beatriz usa o nariz), e capítulos de livros científicos. Participa em congressos nacionais e internacionais onde já recebeu quatro prémios de mérito científico.

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