Ultimamente tem-se falado bastante sobre a importância de estimular a capacidade de superação das nossas crianças, porque esse é um aspecto imprescindível para o seu desenvolvimento.
Na verdade, apesar de ter sido com a melhor das intenções, nos últimos anos verificou-se exactamente o contrário, com uma tentativa cada vez maior de sobreproteger as crianças, evitando que elas corram qualquer tipo de risco. E isso revelou-se prejudicial em termos de desenvolvimento, porque diminuiu a sua habilidade motora, a sua capacidade criativa e a sua perseverança. E todos estes aspectos são fundamentais de serem estimulados logo nos primeiros tempos de vida, para ajudar cada criança a usufruir em pleno das suas capacidades!
Sendo assim, importa redefinir dois conceitos extremamente importantes:
- Segurança
Este aspecto é muito importante de ser assegurado no dia a dia das crianças. Garante a sua integridade física e tem que continuar a ser uma prioridade dos pais. No entanto, não pode pôr em causa o seu normal desenvolvimento, tal como explicado a seguir.
- Risco
É um clichê afirmar que os riscos fazem parte da vida, mas essa é uma verdade absoluta. Assim, faz sentido que as crianças também corram alguns riscos, pelo que a noção de risco “zero” deve ser abandonada, uma vez que é mais prejudicial do que benéfica. No entanto, é fundamental também reforçar a ideia de que os riscos devem ser avaliados, para que não sejam exagerados e, desse modo, não comprometam de forma significativa a sua segurança.
Assim, em jeito de conclusão, penso que o mais importante é mudar um pouco o paradigma. Devemos garantir a segurança das nossas crianças, mas deixar que elas corram riscos “controlados”. Os riscos grandes devem ser evitados, como é óbvio, mas anular os riscos pequenos pode ter um efeito perverso, pelo que, mais do que os anular, devemos preocupar-nos em supervisionar e estimular a criança a ultrapassá-los. Só assim é que elas se vão tornar adultos competentes, capazes e, acima de tudo, felizes!