Cursos (Brevemente)
Login
Sexta-feira, Outubro 17, 2025
No Result
View All Result
Pediatria para todos®
  • Home
  • Blog
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Crónicas
  • Contactos
  • Podcast
  • Home
  • Blog
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Crónicas
  • Contactos
  • Podcast
No Result
View All Result
Pediatria para todos®
No Result
View All Result

Não, o Amor não é pura Biologia

Filipa Sommerfeldt Fernandes por Filipa Sommerfeldt Fernandes
Maio 9, 2021
em Artigos dos Especialistas, Sono
0
Home Artigos dos Especialistas
0
SHARES
3.9k
VIEWS
Partilhar no FacebookPartilhar no WhatsApp
Ib-u-ron

O tema é polémico e já sei que provavelmente vou ser “crucificada”, mas acredito ser importante falarmos sobre isto.

Como sabem estou com mães praticamente todos os dias. Não vejo a maternidade como algo cor-de-rosa, perfeito e mágico em que nos guiamos apenas pelo instinto. Sei que é a maior aventura que teremos. Os meus filhos são o meu projecto de vida. Amo-os incondicionalmente. Mas não, não acho que seja sempre fácil e bonito. Como eu há muitas mães que sentem o mesmo e assisto à sua frustração por acharem que deveriam sentir-se num mundo cor-de-rosa desde que passaram a mães.

Mas este tema é bem mais profundo e complexo. É que além de não ser algo cor-de-rosa e perfeito, a maternidade é uma escolha. E há mulheres que optam por não ser mães.

Hoje em dia ter um filho já não é uma consequência natural do casamento. Para a maioria das mulheres, o desejo de ter filhos é sentido e vivido e acolhido. Para outras, nem tanto. E actualmente há cada vez mais mulheres que decidem que a maternidade não é para elas.

Para as que decidem avançar implica – quase sempre – uma sobrecarga. Há homens absolutamente fantásticos, verdadeiros parceiros, mas temos de ser honestas e dizer que, na larga maioria dos casos, é sobre a mulher que recai esta sobrecarga: são elas que alteram a sua vida profissional, que ajustam ou desistem dos seus hobbies e que estão presentes em todos os momentos. Os pais continuam a chegar tarde a casa, muitos continuam a ir ao futebol ou a praticar desporto porque a mãe/mulher ajustou-se à nova realidade. Tudo isto é sabido. Não é novo. É assim – pese embora, como já referi, haja cada vez mais casais que são verdadeiras equipas e pais que querem estar presentes no desenvolvimento e crescimento dos seus filhos. O modelo tradicional de parentalidade é algo que tentamos alterar há já alguns anos de forma a ser vivido como uma equipa e não com o distanciamento da mãe-cuidadora e do pai-provedor. E ainda bem.

Até aqui “nada de novo”. Mas actualmente vivemos algo diferente com efeitos ainda mais perniciosos sobre a mulher. Há uma enorme tendência para a idealização da maternidade quando na realidade por vezes uma recém-mãe sente cansaço, exaustão, frustração, solidão e culpa. A ideologia perfeita (mas já antiga e que agora ressurge) da essência, do instinto, das mães mamíferas, da amamentação até ao desmame natural, do contacto “pele com pele” como algo impreterível no estabelecimento do vínculo entre mãe e bebé… esta forma que nos demonstra (ou quer demonstrar) que o Amor é pura biologia, que se não o vivermos assim então estamos a vivê-lo “mal”, acaba por prolongar ainda mais esta sobrecarga na mulher e na mãe e por manter profundamente um modelo de parentalidade tradicional que queremos e que lutamos por alterar.

Hoje vivemos na fase a que eu chamo de “natureba” – a maternidade naturalista que nos impingem avisando que se não a vivermos dessa forma teremos filhos menos apegados, com maiores dificuldades emocionais, menos inteligentes… A mãe tem de estar absolutamente disponível (no sono, na amamentação, na alimentação, na educação) porque a dupla Mãe-Bebé se quer “mágica” e “instintiva”. O bebé é sempre colocado antes da mãe, antes do pai, antes do casal. A mulher deve ceder todo o seu tempo, o seu corpo, a sua energia ao bebé por o máximo de tempo possível porque isso sim, é “ser-se mãe”. Porque na fase natureba, acredita-se que o amor é apenas biologia e isso impõe leis e comportamentos difíceis e pesados. O que afasta ainda mais o Pai da dupla Mãe-Bebé.

Obviamente que se a família está feliz vivendo a parentalidade dessa forma, então isso é maravilhoso. Mas é importante considerar que as mães que escolhem cesarianas, as mães que não amamentam ou que não dormem com os seus filhos não os amam menos, não se sacrificam menos. E que não devem sentir-se culpadas por não viverem do “modo certo” a maternidade.

Uma das grandes conquistas da nossa sociedade é sermos livres. Livres para pensar e actuar. E sim, há mulheres que se realizam plenamente sendo mães. Mas estão longe de ser a maioria. Muitas avançam desta forma porque é a “forma certa” e vão-se sentindo culpadas pelo caminho. E actualmente há cada vez mais mulheres que abrem mão de ter filhos pois associam a maternidade a fardos que não estão disponíveis para acarretar.

A maioria das pessoas que vive esta onda naturalista acredita no empoderamento da mulher e da mãe. Mas, o mais estranho é que este retorno ao “natural” que valoriza o sacrifício feminino acaba por ser um inimigo à emancipação das mulheres, à igualdade e até – ironicamente – à fertilidade.

Somos livres para viver a maternidade como sentimos que devemos. Como a sentimos verdadeiramente. Mesmo que nos imponham que ensinar a dormir é o anti-Cristo, que não amamentar é o Demónio ou que deixar os nossos filhos na creche antes dos 3 e não ter parado de trabalhar é Pecado.

Acredito que para a maioria de nós, os filhos sejam o mais importante da vida. A nossa obra. E como tal, essa obra exige Tempo, Dedicação, Esforço, Sacrífico. Mas nada disto é uma formula matemática rigorosa que tem de ser vivida picando diferentes itens – e que só tendo todos picados se torna uma Obra Perfeita.

Compre aqui – “O Livro do seu Bebé” Compre aqui – “O Livro do seu Bebé” Compre aqui – “O Livro do seu Bebé”
Artigo Anterior

A pele das crianças pós-confinamento: cuidados a ter com o sol

Próximo Artigo

Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Filipa Sommerfeldt Fernandes

Filipa Sommerfeldt Fernandes

Filipa Sommerfeldt Fernandes é terapeuta de sono infantil. Foi jornalista durante 10 anos. Depois de diferentes formações, a terapeuta de sono trabalha há 5 anos diariamente com mães e pais em clínicas e centros de desenvolvimento. Dá workshops e participa em conferências para profissionais de saúde e educação e para famílias. É autora do blog www.sleepytime.pt e dos livros “10 Dias para Ensinar o Seu Filho a Dormir”(2015) “10 Histórias para Adormecer sem Medos nem Birras” (2016), “Comer sem Birras” (Mar2017) e “10 Histórias para Comer sem Birras” (Nov2017).

Relacionados

Cirurgia minimamente invasiva para o quisto sacrococcígeo
Cirurgia Pediátrica

Cirurgia minimamente invasiva para o quisto sacrococcígeo

Fevereiro 28, 2022
Brincar: A cura dos 10minutos
Artigos dos Especialistas

Brincar: A cura dos 10minutos

Março 20, 2021
Dormir bem, Faz Bem
Artigos dos Especialistas

Dormir bem, Faz Bem

Março 19, 2021
Cadeira contra o sentido da marcha para recém-nascido: como escolher?
Artigos dos Especialistas

Cadeira contra o sentido da marcha para recém-nascido: como escolher?

Março 9, 2021
Ver Mais
Próximo Artigo
Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Bem vindo à “Pediatria para Todos”

Podcast MOMENTO A S.Ó.S.

Mais do que um podcast sobre crianças, este é um podcast sobre mães e pais, humanamente imperfeitos, mas movidos pela maior força que existe à face da Terra: o amor incondicional que sentem pelas crianças das suas vidas!

Siga-nos no Facebook

Categorias

  • Alimentação (96)
  • Amamentação (18)
  • Artigos de Parceiros (44)
  • Artigos dos Especialistas (89)
    • Babywearing (6)
    • Cirurgia Pediátrica (11)
    • Enfermagem (9)
    • Massagem Infantil (5)
    • Motricidade Humana (1)
    • Oftalmologia Pediátrica (3)
    • Osteopatia Pediátrica (9)
    • Parentalidade (9)
    • Pedagogia (8)
    • Psicologia (6)
    • Segurança Rodoviária (3)
    • Sono (11)
    • Terapia da Fala (4)
    • Terapia Ocupacional (4)
  • Conselhos (409)
  • Crónicas (8)
  • Curiosidades (128)
  • Doenças (221)
  • Eventos (14)
  • Mitos (22)
  • Segurança (32)
  • Vacinas (31)

Artigos Recomendados

O meu filho teve febre e agora tem manchas no corpo – será normal?

O meu filho teve febre e agora tem manchas no corpo – será normal?

9 anos atrás
O que significa intercalar os medicamentos para a febre?

O que significa intercalar os medicamentos para a febre?

10 anos atrás
O que é um granuloma umbilical?

O que é um granuloma umbilical?

12 anos atrás
O meu filh@ tem olheiras – o que significa?

O meu filh@ tem olheiras – o que significa?

4 semanas atrás

Compre aqui – “O Livro do seu Bebé”

Links Úteis

  • Sociedade Portuguesa de Pediatria
  • Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI)
  • Direcção-Geral de Saúde
  • E-lactancia (informação sobre os medicamentos que se podem tomar quando se amamenta)

Contactos

Augusta Matos Clínicas.
Av. Luís de Camões 54,
4900-473 Viana do Castelo

Tlf.: 912 130 881
(chamada para a rede móvel nacional)

Email: info@pediatriaparatodos.com
www.pediatriaparatodos.com

Suporte Informático: suporte@pediatriaparatodos.com

  • Política de Privacidade
  • Termos e Condições

© 2025, Pediatria para Todos. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por tcit.pt

Usamos cookies para personalizar o conteúdo, fornecer recursos de media social e analisar o nosso tráfego. Também partilhamos estas informações com os nossos parceiros de media social e análise.
AceitarRejeitar Saber mais
Política de Privacidade

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are as essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary
Sempre activado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
GUARDAR E ACEITAR
No Result
View All Result
  • Home
  • Blog
  • Crónicas
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Contactos
  • Podcast
  • Log in

© 2025, Pediatria para Todos. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por tcit.pt

Usamos cookies para personalizar o conteúdo, fornecer recursos de media social e analisar o nosso tráfego. Também partilhamos estas informações com os nossos parceiros de media social e análise. Consultar a nossa Política de Privacidade.