Cursos (Brevemente)
Login
Domingo, Junho 29, 2025
No Result
View All Result
Pediatria para todos®
  • Home
  • Blog
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Crónicas
  • Contactos
  • Podcast
  • Home
  • Blog
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Crónicas
  • Contactos
  • Podcast
No Result
View All Result
Pediatria para todos®
No Result
View All Result

Não, o Amor não é pura Biologia

Filipa Sommerfeldt Fernandes por Filipa Sommerfeldt Fernandes
Maio 9, 2021
em Artigos dos Especialistas, Sono
0
Home Artigos dos Especialistas
0
SHARES
3.8k
VIEWS
Partilhar no FacebookPartilhar no WhatsApp
Ib-u-ron

O tema é polémico e já sei que provavelmente vou ser “crucificada”, mas acredito ser importante falarmos sobre isto.

Como sabem estou com mães praticamente todos os dias. Não vejo a maternidade como algo cor-de-rosa, perfeito e mágico em que nos guiamos apenas pelo instinto. Sei que é a maior aventura que teremos. Os meus filhos são o meu projecto de vida. Amo-os incondicionalmente. Mas não, não acho que seja sempre fácil e bonito. Como eu há muitas mães que sentem o mesmo e assisto à sua frustração por acharem que deveriam sentir-se num mundo cor-de-rosa desde que passaram a mães.

Mas este tema é bem mais profundo e complexo. É que além de não ser algo cor-de-rosa e perfeito, a maternidade é uma escolha. E há mulheres que optam por não ser mães.

Hoje em dia ter um filho já não é uma consequência natural do casamento. Para a maioria das mulheres, o desejo de ter filhos é sentido e vivido e acolhido. Para outras, nem tanto. E actualmente há cada vez mais mulheres que decidem que a maternidade não é para elas.

Para as que decidem avançar implica – quase sempre – uma sobrecarga. Há homens absolutamente fantásticos, verdadeiros parceiros, mas temos de ser honestas e dizer que, na larga maioria dos casos, é sobre a mulher que recai esta sobrecarga: são elas que alteram a sua vida profissional, que ajustam ou desistem dos seus hobbies e que estão presentes em todos os momentos. Os pais continuam a chegar tarde a casa, muitos continuam a ir ao futebol ou a praticar desporto porque a mãe/mulher ajustou-se à nova realidade. Tudo isto é sabido. Não é novo. É assim – pese embora, como já referi, haja cada vez mais casais que são verdadeiras equipas e pais que querem estar presentes no desenvolvimento e crescimento dos seus filhos. O modelo tradicional de parentalidade é algo que tentamos alterar há já alguns anos de forma a ser vivido como uma equipa e não com o distanciamento da mãe-cuidadora e do pai-provedor. E ainda bem.

Até aqui “nada de novo”. Mas actualmente vivemos algo diferente com efeitos ainda mais perniciosos sobre a mulher. Há uma enorme tendência para a idealização da maternidade quando na realidade por vezes uma recém-mãe sente cansaço, exaustão, frustração, solidão e culpa. A ideologia perfeita (mas já antiga e que agora ressurge) da essência, do instinto, das mães mamíferas, da amamentação até ao desmame natural, do contacto “pele com pele” como algo impreterível no estabelecimento do vínculo entre mãe e bebé… esta forma que nos demonstra (ou quer demonstrar) que o Amor é pura biologia, que se não o vivermos assim então estamos a vivê-lo “mal”, acaba por prolongar ainda mais esta sobrecarga na mulher e na mãe e por manter profundamente um modelo de parentalidade tradicional que queremos e que lutamos por alterar.

Hoje vivemos na fase a que eu chamo de “natureba” – a maternidade naturalista que nos impingem avisando que se não a vivermos dessa forma teremos filhos menos apegados, com maiores dificuldades emocionais, menos inteligentes… A mãe tem de estar absolutamente disponível (no sono, na amamentação, na alimentação, na educação) porque a dupla Mãe-Bebé se quer “mágica” e “instintiva”. O bebé é sempre colocado antes da mãe, antes do pai, antes do casal. A mulher deve ceder todo o seu tempo, o seu corpo, a sua energia ao bebé por o máximo de tempo possível porque isso sim, é “ser-se mãe”. Porque na fase natureba, acredita-se que o amor é apenas biologia e isso impõe leis e comportamentos difíceis e pesados. O que afasta ainda mais o Pai da dupla Mãe-Bebé.

Obviamente que se a família está feliz vivendo a parentalidade dessa forma, então isso é maravilhoso. Mas é importante considerar que as mães que escolhem cesarianas, as mães que não amamentam ou que não dormem com os seus filhos não os amam menos, não se sacrificam menos. E que não devem sentir-se culpadas por não viverem do “modo certo” a maternidade.

Uma das grandes conquistas da nossa sociedade é sermos livres. Livres para pensar e actuar. E sim, há mulheres que se realizam plenamente sendo mães. Mas estão longe de ser a maioria. Muitas avançam desta forma porque é a “forma certa” e vão-se sentindo culpadas pelo caminho. E actualmente há cada vez mais mulheres que abrem mão de ter filhos pois associam a maternidade a fardos que não estão disponíveis para acarretar.

A maioria das pessoas que vive esta onda naturalista acredita no empoderamento da mulher e da mãe. Mas, o mais estranho é que este retorno ao “natural” que valoriza o sacrifício feminino acaba por ser um inimigo à emancipação das mulheres, à igualdade e até – ironicamente – à fertilidade.

Somos livres para viver a maternidade como sentimos que devemos. Como a sentimos verdadeiramente. Mesmo que nos imponham que ensinar a dormir é o anti-Cristo, que não amamentar é o Demónio ou que deixar os nossos filhos na creche antes dos 3 e não ter parado de trabalhar é Pecado.

Acredito que para a maioria de nós, os filhos sejam o mais importante da vida. A nossa obra. E como tal, essa obra exige Tempo, Dedicação, Esforço, Sacrífico. Mas nada disto é uma formula matemática rigorosa que tem de ser vivida picando diferentes itens – e que só tendo todos picados se torna uma Obra Perfeita.

Compre aqui – “O Livro do seu Bebé” Compre aqui – “O Livro do seu Bebé” Compre aqui – “O Livro do seu Bebé”
Artigo Anterior

A pele das crianças pós-confinamento: cuidados a ter com o sol

Próximo Artigo

Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Filipa Sommerfeldt Fernandes

Filipa Sommerfeldt Fernandes

Filipa Sommerfeldt Fernandes é terapeuta de sono infantil. Foi jornalista durante 10 anos. Depois de diferentes formações, a terapeuta de sono trabalha há 5 anos diariamente com mães e pais em clínicas e centros de desenvolvimento. Dá workshops e participa em conferências para profissionais de saúde e educação e para famílias. É autora do blog www.sleepytime.pt e dos livros “10 Dias para Ensinar o Seu Filho a Dormir”(2015) “10 Histórias para Adormecer sem Medos nem Birras” (2016), “Comer sem Birras” (Mar2017) e “10 Histórias para Comer sem Birras” (Nov2017).

Relacionados

Cirurgia minimamente invasiva para o quisto sacrococcígeo
Cirurgia Pediátrica

Cirurgia minimamente invasiva para o quisto sacrococcígeo

Fevereiro 28, 2022
Brincar: A cura dos 10minutos
Artigos dos Especialistas

Brincar: A cura dos 10minutos

Março 20, 2021
Dormir bem, Faz Bem
Artigos dos Especialistas

Dormir bem, Faz Bem

Março 19, 2021
Cadeira contra o sentido da marcha para recém-nascido: como escolher?
Artigos dos Especialistas

Cadeira contra o sentido da marcha para recém-nascido: como escolher?

Março 9, 2021
Ver Mais
Próximo Artigo
Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Vem aí a praia: 5 dicas para que a dermatite atópica não atrapalhe

Bem vindo à “Pediatria para Todos”

Podcast MOMENTO A S.Ó.S.

Mais do que um podcast sobre crianças, este é um podcast sobre mães e pais, humanamente imperfeitos, mas movidos pela maior força que existe à face da Terra: o amor incondicional que sentem pelas crianças das suas vidas!

Siga-nos no Facebook

Categorias

  • Alimentação (85)
  • Amamentação (16)
  • Artigos de Parceiros (44)
  • Artigos dos Especialistas (89)
    • Babywearing (6)
    • Cirurgia Pediátrica (11)
    • Enfermagem (9)
    • Massagem Infantil (5)
    • Motricidade Humana (1)
    • Oftalmologia Pediátrica (3)
    • Osteopatia Pediátrica (9)
    • Parentalidade (9)
    • Pedagogia (8)
    • Psicologia (6)
    • Segurança Rodoviária (3)
    • Sono (11)
    • Terapia da Fala (4)
    • Terapia Ocupacional (4)
  • Conselhos (361)
  • Crónicas (8)
  • Curiosidades (128)
  • Doenças (188)
  • Eventos (14)
  • Mitos (21)
  • Segurança (32)
  • Vacinas (30)

Artigos Recomendados

O meu filho teve febre e agora tem manchas no corpo – será normal?

O meu filho teve febre e agora tem manchas no corpo – será normal?

9 anos atrás
O que significa intercalar os medicamentos para a febre?

O que significa intercalar os medicamentos para a febre?

10 anos atrás
O que é a candidíase perineal?

O que é a candidíase perineal?

11 anos atrás
O que é um granuloma umbilical?

O que é um granuloma umbilical?

12 anos atrás

Compre aqui – “O Livro do seu Bebé”

Links Úteis

  • Sociedade Portuguesa de Pediatria
  • Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI)
  • Direcção-Geral de Saúde
  • E-lactancia (informação sobre os medicamentos que se podem tomar quando se amamenta)

Contactos

Augusta Matos Clínicas.
Av. Luís de Camões 54,
4900-473 Viana do Castelo

Tlf.: 912 130 881
(chamada para a rede móvel nacional)

Email: info@pediatriaparatodos.com
www.pediatriaparatodos.com

Suporte Informático: suporte@pediatriaparatodos.com

  • Política de Privacidade

© 2024, Pediatria para Todos. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por tcit.pt

No Result
View All Result
  • Home
  • Blog
  • Crónicas
  • Especialistas
  • Parceiros
  • Fórum
  • Contactos
  • Podcast
  • Log in

© 2024, Pediatria para Todos. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por tcit.pt

Usamos cookies para personalizar o conteúdo, fornecer recursos de media social e analisar o nosso tráfego. Também partilhamos estas informações com os nossos parceiros de media social e análise. Consultar a nossa Política de Privacidade.