Até há alguns anos atrás, achava-se que a solução para prevenir alergias seria atrasar a introdução de alguns alimentos, particularmente os potencialmente mais alergénicos. No entanto, o que se verificou foi exatamente o contrário: um aumento das doenças alérgicas e auto-imunes com essas recomendações. Provavelmente, isso prende-se com o facto de o atraso no contacto com esses alimentos levar a uma programação deficitária do sistema imunitário, desregulando a sua resposta em contactos posteriores.
Por esse motivo, as recomendações atuais seguem uma linha de raciocínio exatamente oposta, ou seja, o que se constata é que o contacto precoce com os alimentos mais alergénicos parece ajudar a induzir tolerância. E isso ajuda o sistema imunitário a responder de forma mais adequada, pelo que a solução passa por não atrasar a sua introdução. Assim, atualmente as recomendações da Sociedade Europeia de Nutrição Pediátrica defendem que, a partir dos 6 meses, não existe propriamente nenhuma contra-indicação à introdução de nenhum alimento, desde que haja uma boa supervisão por parte dos pais e dos profissionais de saúde e, no caso dos alimentos mais alergénicos, essa introdução se faça de forma progressiva, ou seja, começando com pequenas quantidades e aumentando progressivamente.