Na maior parte das infeções respiratórias os sintomas são desencadeados pela ação do microorganismo em causa (maioritariamente vírus), mas também da resposta inflamatória do organismo. Uma das medidas que as mães e pais tomam frequentemente é sobreaquecer os quartos das crianças quando estão doentes, mas isso nem sempre é a melhor opção. Passo a explicar porquê.
O frio é anti-inflamatório e, quando passa na via aérea, pode ajudar a diminuir alguns sintomas, nomeadamente a tosse e a dificuldade respiratória. Isso é válido para grande parte das infeções respiratórias, sendo que é particularmente importante nas laringites. O que é fundamental realçar é que as crianças não precisam de apanhar frio, o que deve estar frio é o ar que respiram. Assim, faz sentido vestir-lhes roupas adequadas à temperatura exterior, mas deixá-las respirar ar frio, se sentirem alívio dos sintomas quando o fazem.
No entanto, é também relevante reforçar a ideia de que há uma minoria de casos em que o efeito do frio é o oposto, ou seja, pode agravar o quadro respiratório. Como é lógico, nessas situações a opção passa por evitar o ar frio e garantir o maior conforto da criança.
