Em princípio, nada. E passo a explicar porquê…
É bastante frequente os pais receberem queixas das educadoras a dizer que os filhos bateram a algum menino ou então que desobedeceram. E, com a melhor das intenções, os pais decidem também dar-lhes um “sermão” ou então um castigo pelo facto de se terem portado mal. No entanto, no meu entender essa não me parece a melhor prática pelos seguintes motivos:
- Ninguém deve ser castigado duas vezes por um erro único
Se a educadora já tomou alguma atitude relativamente ao assunto, significa que o problema ficou resolvido. E, a partir daí, não é preciso fazer mais nada, uma vez que qualquer consequência adicional acaba por ser exagerada, por ser “repetida”.
- Resolver esse assunto em casa desautoriza a educadora
As figuras de autoridade na escola são as educadoras e as auxiliares e, portanto, é a elas que compete resolver os problemas que se passam na escola. Se houver necessidade de os resolver também em casa, essa autoridade é automaticamente colocada em causa pela criança, que pode sentir que na escola não são capazes de resolver os problemas que acontecem lá. E esse é um princípio errado e perigoso.
Claro que há situações em que esta regra não se aplica de forma tão clara, particularmente quando a situação se reveste de maior gravidade (agredir um adulto, por exemplo) ou então quando acontece de forma recorrente. Nesses casos, os pais devem tomar alguma atitude em relação ao comportamento do filho, mas na maioria dos casos isso não é necessário. Podem e devem dizer-lhes filhos que ficam tristes quando recebem recados da professora sobre o seu comportamento, mas não me parece que se justifique fazer mais nada para além disso.