Estas questões dos conflitos entre irmãos são extremamente frequentes, pelo que quase me atrevo a dizer que raro é quando não acontecem. Por vezes podem ser significativas e, nesses casos, justificar uma intervenção dos pais, mas, na maior parte das vezes, pode ser útil deixá-los resolver os problemas entre si.
Claro que é importante salvaguardar situações que podem ser abusivas ou cedências sempre por parte do mesmo filho (geralmente o mais velho), mas de um modo geral, há uma estratégia que me parece muito interessante e que explico a seguir. O pressuposto é dar o poder de resolução dos conflitos às crianças, mas mantendo algumas regras consideradas aceitáveis e, claro, a supervisão necessária. Assim, se os seus filhos discutem constantemente ou estão sempre a fazer “queixinhas”, pode dizer-lhes algo do género: “Se o conflito é entre vocês, devem ser vocês a resolver. Já sabem que há três regras que não podem infringir, que são não bater, não insultar e não gritar. A partir daqui, podem resolver como quiserem. Quando acabar a discussão, podem vir contar-me como resolveram e, aí, eu dou a minha opinião. Mas para já são vocês que têm que encontrar a melhor solução”.
Como é lógico, têm que ser crianças suficientemente grande para perceber estas regras, mas o princípio é muito simples, dotar os seus filhos da capacidade de resolução de conflitos. Sempre que eles forem capazes, deve elogiá-los, porque, dessa forma, está a prepará-los para serem capazes de resolver problemas maiores que lhes possam surgir no futuro.