A partir dos 4 meses de idade os bebés começam a explorar tudo o que conseguem com a boca e só param ao fim de alguns anos, portanto o primeiro conselho é mesmo tentar que as crianças pequenas (particularmente até aos 3 anos de idade) não contactem com nenhum objecto que tenha um tamanho inferior a uma moeda de dois euros.
De qualquer forma, isso nem sempre é possível e se acontecer é preciso saber o que fazer. O primeiro conselho é não entrar em pânico, pois se o objecto ainda estiver na boca e a criança se assustar, é provável que acabe por se engasgar. Se for possível, deve-se tentar convencê-la a cuspir ou então retirar com um único movimento, sempre com o cuidado de não o empurrar para trás, porque pode provocar uma obstrução completa da via aérea.
Se a criança já o engoliu, é fundamental perceber se tem queixas ou não. As mais preocupantes na fase inicial serão a falta de ar e a dificuldade em respirar, pois podem significar que o objecto entrou para a via aérea. Nesses casos a criança deve ser observada com urgência.
Se não for o caso, o mais provável é que tenha ido para o estômago, o que dá um pouco mais de tempo para pensar. Se o objecto for inferior a uma moeda de 50 cêntimos, em princípio irá ser eliminado naturalmente pelas fezes, pelo que se a criança estiver bem pode-se aguardar cerca de 1-2 semanas, tendo sempre o cuidado de vigiar se sai nas fezes ou não. Durante esse tempo, se a criança tiver vómitos ou dores de barriga deve ser observada. As excepções a esta espera são objectos potencialmente perigosos, nomeadamente quando são cortantes, pontiagudos ou então corrosivos, que implicam o recurso a uma urgência hospitalar.
Gostaria de deixar uma palavra especial para as pilhas, que são capazes de gerar corrente eléctrica quando ficam em contacto com o ácido do estômago, pelo que nesses casos a procura de ajuda médica deve também ser imediata, pois são situações potencialmente muito perigosas.