Os espasmos de choro são, como o nome indica, episódios em que uma criança deixa de respirar durante o choro. São relativamente frequentes, mas também bastante assustadores para quem vê, porque a criança começa a ficar branca ou arroxeada e parece que nunca mais recupera, porque não respira. Não é o mais comum, mas por vezes podem inclusivamente implicar uma perda de consciência (desmaio), se forem mais prolongados.
O diagnóstico destas situações é bastante fácil de fazer, pela associação evidente aos episódios de choro. Esse é mesmo o aspecto mais importante a valorizar, mas há alguns casos em que pode ser difícil distinguir um espasmo de choro de uma crise epiléptica. Assim, importa sempre ter em atenção os seguintes sinais:
- Associação ao choro
Tal como referido anteriormente, estes episódios só acontecem durante o choro, pelo que sempre que isso não acontece deve ser excluída outra causa.
- Duração
Na maior parte das vezes os espasmos de choro são relativamente curtos, sendo que sempre que durarem mais do que 2-3 minutos deverão ser avaliados.
- Sonolência depois da crise
Este sintoma é muito característico de uma crise epiléptica, pelo que sempre que estiver presente se torna mais provável ser algo desse género.
Para além disso, é também importante saber que os espasmos do choro raramente acontecem depois dos 5-6 anos, pelo que será mais provável tratar-se de outro tipo de situação se isso se verificar.
O que fazer nessas situações?
Durante o episódio não é preciso fazer nada, porque nestes casos a criança recupera espontaneamente. No entanto, quase todos os pais tentam fazer alguma coisa (soprar na cara, virar a criança de cabeça para baixo, …), o que não tem nenhuma eficácia, mas é perfeitamente compreensível, dado o carácter ameaçador desta situação.
De qualquer forma, é importante reforçar que não é mesmo necessário nenhum tipo de tratamento, porque quando o cérebro da criança se apercebe que não está a receber oxigénio suficiente, manda-a respirar outra vez. Assusta um pouco, mas resolve por si só…