Tal como já foi explicado previamente, o desenvolvimento infantil diz respeito à aquisição progressiva de competências, em que a aquisição de umas “abre portas” à aquisição de outras e assim sucessivamente. Depende, essencialmente, do equilíbrio entre programação genética e interação com o ambiente/estímulos, pelo que é algo que pode ser bastante variável.
Habitualmente, quando se fala sobre desenvolvimento, fala-se sobre desenvolvimento psicomotor. Este diz respeito à forma como os bebés e crianças aprendem a interagir com o ambiente que o rodeia, passando progressivamente a ser cada vez mais capazes de o interpretar e de reagir de acordo com essa interpretação. Depende muito do próprio crescimento e desenvolvimento cerebrais, na medida em que, quanto mais diversificadas forem as ligações que se estabelecem entre neurónios (células que compõem o cérebro), mas diversificada será também a capacidade de resposta.
Há várias formas de avaliar o desenvolvimento psicomotor, sendo que uma das mais utilizadas é a seguinte divisão:
– comportamento e adaptação social
– visão e motricidade fina
– postura e motricidade global
– audição e linguagem
Claro que, para se poder fazer uma correta avaliação, existem alguns marcos que o bebé/criança deve atingir e, idealmente, é que o faça em determinadas idades, mas é fundamental também ter sempre presente que existe uma grande variabilidade entre crianças e que isso tem de ser respeitado. É verdade que existem os chamados sinais de alarme, ou seja, algumas idades até às quais é suposto a criança adquirir determinada competência, mas gostava de esclarecer que a sua presença não significa, obrigatoriamente, que existe algum problema ou atraso. Indica apenas que aquela criança deve ser avaliada de forma mais cautelosa, para se poder perceber se há algum motivo de preocupação ou não e, acima de tudo, para se conseguir ajudar a desenvolver estratégias para otimizar o seu desenvolvimento.