A diversificação alimentar é um tema pouco consensual, mas que, ciclicamente, vai tendo algumas recomendações oficiais por parte das sociedades científicas.
Nesse sentido, há uns anos atrás surgiu a ideia de que os alimentos com mais risco de produzir alergias (morangos, kiwis, ovo, peixe, frutos secos e amendoins, por exemplo) deveriam ser introduzidos mais tardiamente na alimentação dos bebés e crianças, precisamente com o propósito de diminuir esse risco. E foi essa a prática durante algum tempo…
No entanto, o que se constatou foi precisamente o contrário, ou seja, a alergia a esses alimentos passou a ser mais frequente, pelo que o efeito foi o oposto do pretendido. Percebeu-se assim que, quanto mais tarde forem introduzidos esses alimentos, maior o risco de desenvolver alergia, o que mudou a forma de encarar este “problema”.
Desse modo, as recomendações atuais são para os introduzir precocemente, pois isso ajuda o organismo a desenvolver tolerância e a reagir menos contra eles e é essa a melhor prática a adotar.
Aliás, é também com base nesse pressuposto que a Sociedade Europeia de Nutrição Pediátrica afirmou num documento recente que não existem propriamente motivos para atrasar a introdução de qualquer alimento a partir dos 6 meses de idade, desde que seja saudável.
Assim, a resposta à pergunta inicial é NÃO, não se deve atrasar a introdução desses alimentos na dieta dos bebés e crianças.