A água é um componente essencial do nosso organismo, fundamental para o funcionamento de todas as células. O termo desidratação serve para definir uma perda excessiva de água e pode ser classificada como ligeira, moderada ou grave. Esta última é uma verdadeira emergência médica, pois pode colocar a vida em risco.
Geralmente o nosso organismo compensa a perda de água estimulando a sede (e também o apetite), mas nem sempre esses mecanismos conseguem compensar completamente as perdas. Alguns exemplos de situações em que isso pode acontecer são os seguintes:
- Vómitos
- Diarreia
- Aumento significativo da transpiração (exercício físico exagerado, particularmente se realizado sob altas temperaturas)
- Febre muito elevada e difícil de controlar, particularmente em bebés mais pequenos
A desidratação ligeira geralmente não causa grandes sintomas, exceto um aumento da sede, mas à medida que vai progredindo pode causar:
- Sede excessiva
- Diminuição da quantidade de urina
- Boca seca
- Choro sem lágrimas
- Olhos encovados
- Cansaço
- Fontanela («moleirinha») afundada
Nos bebés pequenos a fontanela palpa-se bem e, numa situação de desidratação, ela pode ficar com um aspeto mais rebaixado ou afundado.
Quando procurar ajuda médica?
A desidratação é uma situação que implica sempre observação médica. No entanto, há alguns sinais que implicam uma observação mais urgente, nomeadamente se a criança:
- Vomita tudo o que come e bebe
- Tem vómitos há mais de 24 horas
- Tem diarreia há mais de 3 dias
- Tem vómitos ou diarreia com sangue
- Urina muito menos do que o habitual
Em crianças pequenas, o intervalo considerado normal estende-se até às 4-6 horas sem urinar, enquanto que para crianças maiores esse intervalo pode ir até às 6-8 horas.
- Não quer beber nada há algumas horas
O que se deve fazer?
- Dar muitos líquidos, mas sempre em pequena quantidade de cada vez
O principal truque para as crianças não vomitarem é não lhes encher muito o estômago, pelo que é fundamental dar muitos líquidos, mas sempre em pequenas quantidades e várias vezes por dia. Pode experimentar dar uma colher de sopa de 5 em 5 minutos, para ver se a criança tolera.
- Hidratar preferencialmente com um soro de hidratação oral
Este tipo de soros pode ser comprado nas farmácias e é a forma mais equilibrada de hidratar as crianças, pois contém água, açúcar (importante quando as crianças comem pior) e sais minerais (que se vão perdendo nos vómitos ou na diarreia)
- Vigiar a quantidade de urina que a criança produz
Um dos principais indicadores de que a hidratação está a ser eficaz é o aumento do volume de urina.
- Iniciar a alimentação precocemente
Após cerca de 30-60 minutos de hidratação apenas com líquidos pode iniciar a alimentação habitual da criança, evitando apenas os açúcares e as gorduras.
- Manter o leite materno
O que não se deve fazer?
- Dar refrigerantes
A maior parte dos refrigerantes tem uma quantidade excessiva de açúcar e não são a melhor forma de hidratar as crianças.
- Dar de beber grandes quantidades de líquidos de uma só vez
Um dos principais estímulos para induzir o vómito é encher o estômago da criança, o que pode ainda agravar mais o quadro.
- Forçar a beber ou a comer
É sempre muito importante respeitar a saciedade das crianças, pelo que se deve deixar que comam apenas o que querem.